A questão dos cálculos sobre alagamentos não pode se centrar apenas na quantidade de água que cai durante uma chuva em uma determinada região. É preciso levar em conta o tempo de duração dela e encontrar a quantidade de mm por hora. Da mesma forma, é preciso saber o valor em mm/h dos sistemas de escoamento de galerias e da capacidade de absorção pela drenagem em praças, jardins e etc para poder concluir se são suficientes ou não para evitar enchentes, um cálculo que não tenho dados e informações para fazer. Mas por outros meios é possível se chegar a um valor aproximado.
A bacia do Tiburtino no trecho entre as ruas Aurélia, Cerro Corá, Pio XI e a linha do trem(Lapa de Baixo não conto, explico mais abaixo) compreende cerca de 3 milhões de m2. Como a maioria das chuvas que não costumam causar grandes problemas nessa região são de até 30mm/h podemos supor que esse valor pode ser considerado como a soma do que pode ser absorvido pela drenagem existente e a parte que consegue ser escoada pelas galerias. Isso se confirma no fato de que durante a madrugada dessa segunda feira, dia 10/02/20, as chuvas provocaram inúmeros alagamentos e um verdadeiro caos em toda a cidade.
Das 1h às 4h choveu85,4mm na região da Lapa segundo a agência Climatempo, ou seja, 55mm a mais do que o sistema pluvial local teoricamente poderia suportar, o que representa 165 mil m3, ou quase OITO piscinões iguais ao que a prefeitura quer fazer na praça São Crispim(com 21,5 mil m3 de capacidade) para evitar alagamentos na região do mercadão.
Mas a região do mercado da Lapa NÃO ALAGOU. E não alagou porque a chuva durou três horas, que resulta em 28,4 mm/h, estando dentro da estimativa do raciocínio acima de que a região suporta chuvas de até 30 mm/h sem alagar, mesmo diante do sucateamento da rede, que é antigo, subdimensionado, mal conservado e com inúmeros entupimentos crônicos.
O que alagou foi a região da Lapa de Baixo, localizada entre a linha de trem e a marginal do Tietê, que devido à sua característica geográfica não tem nível suficiente para escoar as águas para o rio Tietê, ainda mais quando este já está cheio e transbordando. Mesmo que nessa madrugada não caísse uma gota de chuva na Lapa de Baixo e em toda a região do córrego Tiburtino, ela alagaria da mesma forma, por transbordo do rio Tietê. E analisando-se os locais mais castigados, como o CEAGESP e outros, verifica-se que a imensa maioria deles foram causados pelos mesmos motivos da Lapa de Baixo, assim como a história das enchentes na cidade de São Paulo sempre apontou para a mesma causa.
A primeira lição dada pela natureza nessa semana foi que a área que necessita de investimentos para evitar ou diminuir as enchentes na cidade, é toda a localidade da chamada várzea do Tietê e do rio Pinheiros, que, essas sim, pedem pela construção de vários piscinões e aprofundamento das calhas dos dois rios.
A segunda lição, foi que o projeto de assassinar as árvores da praça São Crispim na Lapa, impermeabilizando o solo de uma grande área de absorção para construir um piscinão é absolutamente contraditório, desnecessário, inútil e dinheiro jogado fora, é usar-se do poder da caneta de um burocrata para desapropriar um bem do povo, dando a alguma empresa interessada o direito de se apropriar de uma área pública, incluindo até trechos de DUAS ruas, para construir um prédio privado em cima da laje.
Mas o prefeito Bruno Covas não quis aprender nada com essas lições, ignorou o sofrimento de tantos e, em vez de propor soluções de fato efetivas, preferiu se usar desse triste momento para justificar um projeto injustificável e que só faz suspeitar a quais interesses atende. Sua determinação em entregar praças e até trechos de RUAS para dar a construtoras o direito de se apossar dessas áreas para construir PRÉDIOS, evidencia que o piscinão embaixo do prédio é um mero detalhe, pois serão totalmente inúteis se construídos nos locais escolhidos, ficando claro que o interesse não é o de atender ao interesse do povo e sim o do mercado imobiliário. Ou não é muito estranho que diante de tantas necessidades urgentes de investimentos da cidade, o prefeito queira construir um piscinão para resolver alagamentos em um dos poucos lugares ONDE NÃO ALAGOU?
Piscinão em praças para construir prédios privados é ROUBO de área pública!
A Praça São Crispim na Lapa-São Paulo-SP abriga mais de 50 arvores, muitas delas enormes e lindas. É habitat e espaço harmônico frequentado por atletas do alvorecer e do entardecer, idosos que se exercitam em equipamentos, ou que simplesmente curtem a sombra e a paisagem, cães levados por seus donos para exercitar o olfato, mães e filhos que se divertem no parquinho, morcegos, abelhas, sabiás, maritacas, beija-flores e até papagaios que se alimentam das diversas especies dessa micro floresta.
Um projeto da PMSP por meio de PPP(parceria público privada), pretende fazer 5 piscinões em áreas verdes da cidade e um deles é nesse local.
Esse projeto da PPP dos Piscinões, que tramitou sem o conhecimento da população, dá a concessão para uma empresa privada criar um buracão tampado com uma imensa lage de concreto (45 metros de diâmetro), incluindo a rua Pontaporã que corta a praça ao meio, transformando uma rica e verde praça em um mini largo da batata e seu consequente deserto paisagístico, em troca do direito de explorar comercialmente o espaço sobre a laje por um período de 33 anos, tornando propriedade privada uma praça e uma rua.
Em contradição com as propaladas politicas de inclusão e redução da desigualdade social e de combate as mudanças climáticas, os burocratas funcionalistas, com seu questionável padrão urbanístico, falta de visão multidisciplinar e rigor ao receituário ideológico, norteiam as intervenções na praça São Crispim repetindo as desastrosas formulas usadas na implantação do corredor de ônibus na Av. Santo Amaro.
Além do alto custo ambiental e da promoção de toda sorte de deterioração do ambiente, dos usos do espaço público e de sua base cultural, é evidente que essa agressão ao patrimônio público reproduzirá os erros cometidos na Av Santo Amaro, criando o caos, a desvalorização imobiliária, prejuízos ao comercio e a atividade econômica, abandono de imóveis, geração de cortiços, destruição da fonte de sobrevivência de comércios, de seus proprietários e da população com os empregos que criam, os impostos que geram, sendo a pá de cal nos que bravamente ainda resistem a crise.
Mas será que esse alto custo financeiro, ambiental e social vale a pena ser pago para resolver o problema de enchentes nas proximidades do mercadão da Lapa?
Por esse pequeno estudo utilizando o Google Earth, um mapa topográfico e um hidrográfico a resposta é NÃO!
Se fosse realmente necessário fazer um piscinão na região da praça São Crispim, ao lado dela há o terreno do antigo supermercado Sé, que é maior e está vazio há mais de uma década. Não há lógica alguma em acabar com uma praça como a São Crispim quando se tem outra opção que não causa tantos prejuízos.
Mas há opções ainda melhores!
A Bacia do córrego Tiburtino é formada basicamente por dois afluentes, limitados pelo espigão da Rua Cerro Corá, onde ficam suas nascentes. Um deles fica na bacia compreendida entre a Rua Pio XI e Rua Toneleiros, coletando as águas de uma área de aproximadamente 0,86 Km2. O outro fica entre a Rua Toneleiros e a Rua Aurélia, e coleta águas de cerca de 1,25 Km2, área praticamente 50% maior que a primeira.
Um piscinão na praça São Crispim coletaria as águas de chuva da menor parte da bacia do Tiburtino, diminuindo a enchente no mercadão em apenas 29%. Seria muito mais eficiente fazer um reservatório em algum ponto da rua Francisco Alves onde poderia coletar até 42% das águas que hoje chegam ao mercadão.
Mas, se a prefeitura de fato quisesse resolver o problema do povo e não, ao que parece, de algum investidor interessado em se apossar de uma área pública, o projeto seria para construir um reservatório a menos de 400 metros da Praça São Crispim, nas imediações do cruzamento da rua Coriolano com a Jeroaquara ou dentro da parte sub-utilizada do Hospital Sorocabana. Esse piscinão coletaria as águas dos dois afluentes e a redução nos alagamentos no mercadão seria de 71%, mais que o dobro da "esquisita" opção encontrada pela prefeitura.
Obs. Os valores das áreas descritas não foram obtidos sob rigor acadêmico, porém estão bem próximos de trabalhos divulgados na internet.
Atualização:
Recomendo também a leitura da tese de mestrado apresentada ao IPT, sob o título "Efeito da infraestrutura verde na redução de pico de vazão de escoamento de águas pluviais na bacia do Córrego Tiburtino", de Paulo Roberto Santos Corrêa de Carvalho, onde ele aponta inúmeras alternativas de baixo custo para aumentar as áreas permeáveis e reduzir as enchentes na Lapa, mostrando que piscinão não é a unica solução para o problema de enchentes. Clique aqui para baixar o trabalho em PDF.
Há ainda esse interessante projeto arquitetônico que encontrei na internet, de Diogo Figueiredo, da FAAP, onde ele desenvolve a ideia da construção de um balneário público no terreno do antigo supermercado ao lado da praça. Diogo sugere que um piscinão no local poderia ter sua água tratada para uso como piscina na época seca, incluindo ainda quadras de esporte, restaurante, vestiários e etc.
Atualização (31/12/2019): Além de receber as águas de apenas 29% da bacia do córrego Tiburtino, um piscinão na praça São Crispim, com capacidade de armazenar 21,5 mil m3, conforme o projeto, já encheria com uma chuva de apenas 25mm, sendo que os temporais que provocam transtorno na cidade são acima de 50 mm, podendo até ultrapassar 100mm. Há que se descontar nessa conta o volume que pode ser escoado pelas galerias e o que pode ser absorvido por praças, canteiros e etc, mas num calculo grosseiro já percebe-se que essa "solução" não solucionará nada, não fará nem cócegas no problema de enchentes na região do mercadão da Lapa. O motivo desse projeto "esdruxulo" me parece bem claro; foi divulgado no inicio do ano que o prefeito Bruno Covas pretendia permitir a construção de prédios sobre piscinões em SP, criando o "direito de laje", o que leva a crer que essa obra foi encomendada por alguma construtora interessada apenas em se apropriar dessa área pública, incluindo o trecho de RUA. A construção do piscinão seria só para viabilizar a mutreta.
Covas quer permitir a construção de prédios sobre piscinões em SP
21/03/19 ÀS 16:54
Folhapress
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse nesta quinta-feira (21) que empresas poderão ter o direito de construir sobre piscinões como contrapartida para a manutenção dessas áreas na cidade.
Essa é uma das ideias que estão sendo analisadas pela gestão Covas para livrar a prefeitura do custeio de manutenção e requalificação de 22 piscinões. Desde o fim de 2018, a prefeitura recebe propostas da iniciativa privada sobre o tema.
"A gente já está discutindo a mudança na legislação municipal que prevê a construção de equipamentos que não sejam públicos em cima dos piscinões", disse Covas à imprensa após um encontro nesta quinta com membros de um escritório de advocacia e com investidores.
Por mais um ano, a cidade de São Paulo não estava preparada para as fortes chuvas de fim do verão. Covas chegou a decretar situação de emergência devido o impacto das chuvas. O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem que o estado de São Paulo e a prefeitura gastam menos da metade do previsto em drenagem.
Covas diz que a legislação municipal atual já permite a construção de equipamentos públicos, como é o caso da praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, que está sobre os pilares de um enorme piscinão que recebe água das chuvas de parte da região central e da zona oeste.
"O que a gente quer é também a possibilidade de construir equipamentos privados, para que o concessionário ganhe o direito de laje [de construção] em cima desses piscinões", disse.
De maneira geral, os piscinões podem ser abertos (geralmente mais rasos e com maior área) ou fechados (mais profundos e com a vantagem de serem melhor integrados à paisagem da cidade).
Praticamente todos os piscinões na cidade de São Paulo são do tipo aberto e rebaixados em relação ao nível da rua, o que exigiria adaptações de engenharia para a construção de prédios nesses locais.
De qualquer forma, para funcionarem, os piscinões precisam estar sempre limpos e sem sedimentos, o que exige custos da prefeitura.
Covas diz ainda que procurou a Sabesp para saber se é possível tratar a água acumulada em um dia de chuva no piscinão, para que essa água tratada seja também uma receita acessória dos eventuais concessionários.
A proposta, porém, é difícil de ser viabilizada, uma vez que o tratamento de água conforme os padrões exigidos pela legislação exige controle e previsibilidade do fluxo e da qualidade da água a ser tratada. Os dois elementos são difíceis de se ter durante uma tempestade em São Paulo.
Toda a masturbação mental de Marx com a "Mais-Valia" é para tentar demonizar o lucro como uma expropriação pelo capitalista de parte da remuneração do trabalhador. Mas Marx nunca levou em conta o RISCO, que nem toda mercadoria produzida tem sua venda certa. Também não levou em conta o trabalho do capitalista para transformar o capital em mais capital. O dinheiro não se reproduz sozinho, sem o trabalho do capitalista. Marx não leva isso em conta em nem se preocupa com a remuneração desse trabalho, como se não fosse trabalho ou que não merecesse remuneração. Para ele capitalista e capital são as mesmas coisas. Se o capital não merece ser remunerado, o trabalho do capitalista também não, pois ele não os distingue. O capitalista, por mais que trabalhe não é um trabalhador e não existe uma mais-valia para ele.
No mais, Marx não entende a minima de mercado, de demanda e oferta. Se um possível cliente não quer pagar o que se pede por uma mercadoria, em nada adiantará explicar que aquele preço é justo porque foi calculado com uma "mais-valia" menos exploradora (kkkkk). Demanda e oferta são fatores alheios à teoria tosca de Marx. Nem passa pela cabeça dele que muitas vezes a mercadoria simplesmente encalha, ou até é vendida abaixo de seu valor de custo, ou seja, com mais-valia negativa, para que a mercadoria se transforme novamente em (parte do) capital, seja para para recuperar alguma coisa do capital investido e perdido em um encalhe, ou para aproveitar um negócio de ocasião ou com melhor probabilidade de lucro. Prejuízo, ou "mais-valia negativa", não existe no mundo de Marx. Para ele, mercadoria é capital e vice-versa. E mesmo quando o capitalista perde, ele está ganhando(??). Talvez ele nunca tenha visto alguém falir. Mas com certeza ele nunca tentou vender nada. E hoje sabemos que ele foi muito pior que um teórico sem prática alguma, que foi, ele SIM, um tremendo canalha, vagabundo e explorador.
Muitas pessoas já criaram um ou vários negócios do NADA, sem um investimento (capital) inicial e fruto de muito trabalho, e exclusivo do próprio investidor. Marx não teria como explicar a mais-valia nestes casos. Hoje muitas pessoas economizam tudo que podem e investem seu suado dinheiro, fruto do trabalho(que Marx diz não ser possível, pois não sobraria), em um negocio sem empregado algum. Ou, pela ótica marxista, é alguém que detêm ou meios de produção mas não explora nenhum trabalhador, pois não tem mão-de-obra de terceiros, e pra piorar, é ele também o próprio trabalhador, é ao mesmo tempo o explorador e o explorado. Nestes casos, o lucro é, na pratica, a remuneração do trabalho do capitalista. Ou, é o capitalista apropriando-se da mais-valia de si mesmo(kkkkk). Isso daria um nó indesatável na cabeça dele. Ou então, explicaria que já seria a sua teoria aplicada em seu fim, pós revolução, quando os trabalhadores passam a ser os donos dos meios de produção. Ou seja, já seria o comunismo implantando. Não tem sentido...
Eu queria saber como ele justificaria a mais-valia se no futuro descobrirmos que Walter Block estava certo sobre sua frase; "A fábrica do futuro terá apenas dois operários: Um homem e um cachorro. Função do homem: alimentar o cachorro. Função do cachorro: não deixar o homem tocar nas máquinas". Já estamos bem perto disso. E acho que nem precisará do homem. O cachorro terá(já tem) alimentação automática e ficará só vigiando para que nenhum humano chegue perto das maquinas.
A verdade é que a mais-valia não passa de um refrão, uma esquerdice, uma palavra de ordem para a prática revolucionária que nada significa além de uma estrutura beeeeem precária para sustentar a teoria de luta de classes, que é outra idiotice sem tamanho. Em resumo, é uma falácia na qual se sustenta uma ideologia inteira. Que a molecada acredite nisso por meio de enganação e doutrinação criminosa, vá lá. Mas me admiro em ver gente "culta", até sessentões, que ainda hoje levam a sério tanta asneira. É preciso ter muita FÉ no credo marxista, não entender nada sobre o que teoriza, ou ser um bom ator insistindo em algo que sabe ser furado para atingir outros objetivos.
Mas para quem é adepto dessas teorias jurássicas e ultrapassadas, ou quer refutar um doutrinador, tem uma solução bem simples para evitar a exploração e a expropriação indevida de sua mais-valia; montar seu próprio negócio - e descobrir que "mais valia" ter mandado Marx pra PQP - ou ficar desempregado!
"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses.
A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria."
(Winston Leonard Spencer-Churchill)
Músico brasileiro nascido em 28 de agosto de 1949 na cidade de Belo Horizonte e falecido a 7 de janeiro de 1986 vitimado por um aneurisma cerebral, um dia antes de receber um prêmio de "Melhor Instrumentista do Ano de 1985" oferecido pela Revista Veja.
Marco Antonio era filho de Miguel e Lygia Araujo. Foi criado no bairro dos funcionarios em Belo Horizonte . estudou no colegio Santa Helena E no Liceu Salesiano. Seu interesse pela musica iniciou -se em 1966 e foi na praia de Santa Monica no estado do Espirito Santo onde passava ferias com sua familia,que teve um acidente durante uma pescaria que o deixou cego de um olho.Isso nunca impediu sua evolucao na musica e nao representou um impecilho na sua carreira artistica.
História
Fortemente influenciado pelos Beatles, em 1968, passou a integrar, como guitarrista, o grupo Vox Populi, que mais tarde seria um dos núcleos formadores do Som Imaginário, que acompanharia o cantor e compositor Milton Nascimento.
Em 1969, gravou um compacto simples pelo selo regional BEMOL, em parceria com o maestro e tecladista Zé Rodrix e os guitarristas Frederyco e Tavito, todos integrantes do Som Imaginário. Participou, como músico convidado, da gravação da música POISON, de co-autoria com Zé Rodrix. Abandonou o curso de Economia e o emprego de bancário para se dedicar à
música, indo no ano seguinte viver alguns meses na cidade de Ouro Preto, com a comunidade do diretor de teatro Julien Beck, do célebre grupo novaiorquino "Living Theatre".
Em 1970, mudou-se para a Inglaterra, onde morou por 2 anos, trabalhando como carregador de móveis e tocando música "folk" no "Troubador" de "Earls Court Rd", época em que conheceu, no exílio,Caetano Veloso e Gilberto Gil, além de assistir a shows de grupos como Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple, Gênesis e Supertramp.
Retornou ao Brasil 1973, vivendo no Rio de Janeiro e descobrindo o fascínio da música erudita, passando a estudar forma musical e composição com Esther Scliar (para quem dedicaria posteriormente um de seus discos). Estudou ainda violão clássico com Léo Soares e violoncelo com Eugene Ranewsky e Jaques Morelembaun, na Escola de Música da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Foi nessa época que compôs trilhas para cinema, teatro e balé, destacando-se desse período a trilha da peça RUDÁ, dirigida por José Wilker e CANTARES, um balé apresentado pelo grupo CORPO, tendo se casado com Déa Marcia De Souza, uma das bailarinas do grupo.
De volta a Belo Horizonte em 1977, prestou concurso para violoncelista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, tendo sido aprovado e contratado como o seu primeiro músico. Em paralelo com as atividades da orquestra, continuou com a sua produção independente, realizando shows em pequenos teatros, dando início à formação de um público atento e fiel.
Em 1979 passou a trabalhar com o grupo Mantra, do qual faziam parte o seu irmão e guitarrista ALEXANDRE ARAÚJO, IVAN CORREA (baixo) e SERGIO MATOS (bateria). Nessa épóca deixou de tocar guitarra com o grupo, passando a tocar apenas violão.
Desse momento em diante, o grupo tornou-se a base do seu trabalho musical e a sua sonoridade fundia os elementos das músicas sinfônica e barroca mineira com o rock progressivo. O MANTRA passou a acompanhá-lo em seus shows e novos músicos foram incorporados , o flautista EDUARDO DELGADO e o violoncelista ANTONIO VIOLA.
Através do projeto "ACORDE MINAS", elaborado pela "STRAWBERRY FIELDS", sua gravadora, em parceria com a Rede Globo MINAS, a COORDENADORIA DE CULTURA DE MINAS GERAIS e a TURISMINAS, no ano de 83, MARCO ANTÔNIO ARAÚJO viajou por diversas cidades mineiras, conquistando um público crescente.
Virava as noites compondo sendo considerado um louco, um obcecado pelo seu trabalho, viciado pela necessidade extrema de criar.
Discografia
INFLUÊNCIAS - 1982: seu primeiro LP independente lançado por sua própria gravadora, a STRAWBERRY FIELDS, que segundo o músico: "seria um filtro das coisas que me emocionam e para filtrar estas emoções, as pessoas têm que vivê-las plenamente".
QUANDO A SORTE TE SOLTA UM CISNE NA NOITE - 1982: foi lançado o seu segundo LP: apesar de bem recebido pela crítica, ainda
não satisfez o compositor: "estou investindo tudo em Minas, mas agora é preciso ir a São Paulo e Rio de Janeiro. Não posso ficar parado aqui. É preciso mostrar o meu trabalho para o Brasil", dizia.
ENTRE UM SILÊNCIO E OUTRO - 1983: dedicado "in memorian" a sua professora Esther Scliar, e trazendo na capa uma gravura do artista plástico Carlos Scliar, foi seu disco mais elaborado, premiando o lado mais erudito de sua formação musical. O disco não teve a participação do grupo MANTRA e contou com os celistas JAQUES MORELEMBAUN e MÁRCIO MALLARD, e o flautista PAULO GUIMARÃES, formando um quarteto de câmara.
LUCAS - 1984: homenagem ao seu segundo filho, a obra conta com uma homenagem ao guitarrista Jimmy Page.
ANIMAL RACIONAL - 1985: coletânea dos dois primeiros discos
Atualizando: Alexandre Araújo, guitarrista e irmão de MAA, fez uma homenagem desenterrando a história de seu irmão, regravando algumas músicas conhecidas e apresentando outros materiais inéditos.
Abaixo, a playlist com 15 vídeos.
Revista Macrocosmo
Publicação eletrônica pioneira de divulgação científica, a Revista Macrocosmo publicou entre os anos de 2003 e 2007, 41 edições no formato PDF, que eram disponibilizadas gratuitamente na internet. Contando com uma equipe de cerca de 20 colaboradores, formada por astrônomos entusiastas, amadores e profissionais, as edições continham artigos, tutorias, projetos, entrevistas, resenhas, guias, efemérides e dicas sobre todos os ramos da Astronomia, incluindo a Astronáutica e a Física.
=====================
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 1
55 páginas
- Radioastronomia, a ciência do invisível
- Como descobrir uma supernova
- Foguetes Russos
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 2
80 páginas
- Buscando novas fronteiras
- Entrevista: Walmir Cardoso, presidente da SBEA
- Plataforma Equatorial para Dobsonianos
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 3
61 páginas
- Viagens superluminais, alternativas para viagens interestelares hiper-rápidas
- Viver e morrer no espaço
- Pelo olhar do Hubble
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 4
89 páginas
- Trânsito de Vênus de 2004
- George Marcgrave
- A Luz e seus Mistérios
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 5
80 páginas
- O mistério do Big-Bang
- Apocalipses cósmicos
- Astrolábios
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 6
65 páginas
- Sobral, onde a luz curvou-se perante Einstein
- Os cometas mais brilhantes de 2004
- Sedna, nosso novo vizinho
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 7
66 páginas
- Astrometria, medindo distâncias estelares
- A camada de Ozônio
- Diálogo entre Bellatrix e Betageuse
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 8
94 páginas
- Voando nas asas da imaginação
- Observar, observar, Sempre observar!
- As perseidas
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 9
76 páginas
- A observação das Manchas Solares
- O Sol e suas variações
- O nome das Estrelas
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 10
52 páginas
- A exploração russa de Marte
- XXX.a Reunião Anual da SAB
- Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 11
72 páginas
- Sputnik, a lua de metal, nascia no oriente e era vermelha
- O Anos-luz
- Eclipse Lunar, Outubro de 2004
Revista Macrocosmo | Ano I | Edição nº 12
73 páginas
- MIR, o fim de uma era
- No entanto... acelera
- Messenger: Sonda para Mercúrio
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 13
86 páginas
- Astrobiologia, o estudo da origem e evolução da vida dentro e fora do planeta Terra
- Para Chegar às Estrelas
- Ônibus Espacial Buran
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 14
62 páginas
- Geometria Celeste
- 7º Encontro Nacional de Astronomia
- Constelações Zodiacais
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 15
49 páginas
- Mecanismos de emissão de ondas de rádio!
- Titã, admirável mundo novo
- Constelações Zodiacais: Câncer
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 16
57 páginas
- Cosmo... o que?
- Hubble, sentenciado à morte
- 75 anos da descoberta de Plutão
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 17
80 páginas
- Astrofísica Elementar, a “Anatomia” das Estrelas
- Projeto: Turismo Rural
- O erro das Estações do ano
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 18
64 páginas
- Asteroides, grandes rochas espaciais
- Astrofísica Elementar: Sistemas Estelares
- O programa Sputnik
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 19
60 páginas
- A estrela de Belém
- O futuro do programa espacial americano
- Os modelos da origem lunar
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 20
77 páginas
- Relógios Solares, arte e técnica
- Estrelas Jovens, a gênesis estelar
- Estudando a correção Delta T
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 21
83 páginas
- Uma lista de objetos difusos para o Hemisfério Sul
- Entrevista: Marcos Pontes
- Meteoritos Brasileiros
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 22
98 páginas
- Planetas extrasolares, detecção, dinâmica e origem
- ISS - A Estação Espacial Internacional
- Construindo um heliostato
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 23
69 páginas
- Cometa Halley, 20 anos - Um resgate histórico do redescobrimento do Cometa Halley
- Telescópios: Umidade e o ponto de orvalho
- Preservação: meteoritos e astroblemas
Revista Macrocosmo | Ano II | Edição nº 24
67 páginas
- Eclipse Anular, quando a Lua oculta o Sol
- Cratera de Colônia, aspectos gerais
- 25 anos da, The Planetary Society
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 25
40 páginas
- Trimestre astronômico
- A excentricidade da órbita da Terra
- O funcionamento das Lentes de Barlow
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 26
53 páginas
- Astrofotografia com webcam
- A excentricidade da órbita da Terra, parte II
- Parafusos de Fixação
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 27
40 páginas
- Em busca das origens
- A Arqueastronomia em Pernambuco
- Onde o céu encontra a Terra
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 28
38 páginas
- Projeto SMART-1
- Como Colimar um Colimador?
- Explosão na Lua
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 29
41 páginas
- Vida em Europa
- Charles Messier e sua obra
- Como construir uma estrela artificial?
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 30
47 páginas
- Alinhamento de Telescópios
- II Encontro Interestadual Nordestino de Astronomia
- A pupila de saída de um telescópio, o olho e a posição de observação
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 31
33 páginas
- Brass, caça a supernovas obtém novos sucessos
- O 10º Planeta? O caso do 2003 UB313
- Soho, há uma década observando o Sol
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 32
38 páginas
- Constelação de Andrômeda, desnudando a princesa acorrentada
- Trânsito de Mercúrio 2006
- Plataformas para Astrofotografia
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 33
53 páginas
- Tunguska, o dia que o céu explodiu!
- Constelação de Andrômeda - Parte II
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 34
16 páginas
- Turismo Espacial
- Astrogeologia, os geólogos e a exploração planetária
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 35
15 páginas
- A morte do Universo
- UFRJ - O caminho direto para os astros
Revista Macrocosmo | Ano III | Edição nº 36
20 páginas
- Impactos de meteoritos na Lua
- Medicina Espacial
Revista Macrocosmo | Ano IV | Edição nº 37
7 páginas
- Censo Astronômico 2005
Revista Macrocosmo | Ano IV | Edição nº 38
14 páginas
- Astropolítica, a dignidade cósmica
- O céu em 2007
Revista Macrocosmo | Ano IV | Edição nº 39
23 páginas
- Dos planetas distantes ao interior das estrelas
- A ciência por detrás da Missão
- O satélite COROT
Revista Macrocosmo | Ano IV | Edição nº 40
33 páginas
- Nebulosas planetárias
- Bioastronomia
- Melhore seu telescópio
Revista Macrocosmo | Ano IV | Edição nº 41
47 páginas
- Equação Bioastronômica
- O trabalho científico de Sir William Herschel
- A distância focal
=====================
Neste link estão disponibilizadas para download todas as 41 edições publicadas, desde a
Edição nº 1 - Dezembro de 2003 até a Edição nº 41 - 2007
Conheci o lobo Dead ainda na antiga e extinta Lágrima Psicodélica(1), onde demos inicio as nossas primeiras discussões sobre os Mutantes com e sem a Rita. Dali descobrimos vários gostos e idéias em comum, na música, política e etc. Descobrimos juntos que na adolescência freqüentávamos os mesmos lugares, na mesma época, os shows do Palmeiras e os bailes da Banda Chic Show. E até que éramos quase vizinhos, cada um de um lado da ponte de Eusébio Matoso. E que de vez em quando eu ia para o pedaço dele, o Morro do Querosene, e ele para o meu, o Flipper da Rua Pinheiros.
Mas foi através da música, do Rock, do BRock, da Black music, do Soul e do legitimo Funk Music que estreitamos os laços dessa amizade. De lá pra cá, confidenciamos problemas e conquistas e tínhamos o plano não realizado de nos encontrar para comer uma pizza, tomar uma cerva e descobrir mais sobre nossa distante e tão próxima juventude, pois era certo que descobriríamos uma amizade antiga, pois eram muitas as coincidências. Infelizmente, demorou muito para acontecer esse encontro.
E foi com muito pesar que recebi a noticia de sua partida.
Agora, meu irmãozinho, você vai poder curtir ao vivo o som de um monte de nossos ídolos que já se foram.
Que você descanse em Paz e que encontre as Respostas que tanto procurava.
Que seus familiares encontrem forças para suportar este momento tão difícil.
Acabo de ler no blog do Dead < sommutante.blogspot.com > que o Celso Blues Boy morreu na segunda feira dia 6. Mais um de nossos ídolos se foi. Caramba, é muita gente boa morrendo em tão pouco tempo. Será que venceu o prazo de validade dos velhos rockeiros? Ô Deus, dá um tempo, tem muito político FDP pra morrer, escolhe uma dúzia deles! Vou parar de postar esse tipo de notícia, senão isso aqui vai virar um obituário.
Um dia muito triste... foi-se mais um dos meus ídolos.
O tecladista Jon Lord (DEEP PURPLE, WHITESNAKE) faleceu hoje devido a complicações decorrentes do câncer contra o qual o mesmo vinha lutando desde o ano passado.
A seguinte nota foi postada no site oficial do tecladista: "É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento de Jon Lord, que sofreu uma embolia pulmonar fatal hoje, segunda-feira, 16 de julho, na London Clinic, depois de uma longa batalha contra o câncer de pâncreas. Jon faleceu cercado de sua amorosa família".
Lord deixa grande obra e um grande vazio no Rock and Roll.
Por enquanto a previsão da queda é ainda muito vaga, apontando entre quinta e sábado, sendo o mais provável na sexta. O local é mais indefinido ainda. Mesmo duas horas antes de sua queda, a margem de erro é de mais ou menos 25 minutos, o que pode representar uma distância de 12 mil km. Do tamanho de um ônibus e pesando quase seis toneladas, cerca de 500 Kg do satélite UARS (Upper Atmosphere Research Satellite) poderão resistir ao calor da reentrada na atmosfera, principalmente as partes constituídas de Berílio, metal que pode suportar temperaturas muito altas. O Berílio usualmente está presente nas camadas externas e em componentes internos. O que sobrar da queima poderá dividir-se em algumas partes que poderão atingir o planeta em qualquer ponto entre as latitudes 57 norte e 57 sul, como ilustrei na parte escura da imagem abaixo.
De qualquer modo, aqueles que ficarem de olho no céu, mesmo de dia, e presenciarem o momento da reentrada, que até o momento é indefinida, eventualmente, se não cair na cabeça de ninguém, poderão testemunhar um belo espetáculo.
CABO CANAVERAL, Estados Unidos - Um satélite científico desativado da Nasa deve cair nesta sexta-feira, 23, na Terra, espalhando detritos em algum ponto imprevisível do planeta, segundo cientistas da agência espacial norte-americana (Nasa).
"A atmosfera muda todos os dias. É impossível dizer como isso irá afetar a sua volta", disse Michael Duncan, vice-líder do departamento de percepção situacional do espaço no Comando Estratégico dos Estados Unidos.
A órbita do satélite sobrevoa a maior parte do planeta e por enquanto, só se sabe que ele cairá entre o norte do Canadá e o sul da América do Sul.
Segundo a Nasa, os detritos muito provavelmente cairão no oceano ou em áreas desabitadas. A órbita do satélite passa por grande parte do planeta, desde o norte do Canadá até parte do sul da América do Sul. A probabilidade de que alguém seja atingido pelos detritos é de um em 3.200, afirmou a agência espacial.
Devido ao seu grande tamanho, a entrada na atmosfera do satélite será visível, caso haja alguém por perto.
Mesmo a Nasa tendo explicado que não se conhece nenhum caso de pessoas feridas por objetos espaciais, as Forças Armadas dos Estados Unidos advertem os cidadãos que, caso os restos do satélite caiam em uma área povoada, que avisem as autoridades e que não toquem estas peças.
O motivo do aviso não é apenas por questões de segurança, mas também porque todos os restos do satélite são propriedade do Governo americano, de modo que, insistem as autoridades, "não se pode vender para colecionadores, nem através do site eBay".
O Uars (Satélite de Pesquisas da Atmosfera Superior, na sigla em inglês) pesa 6,5 toneladas e foi colocado em órbita pelo ônibus espacial Discovery em 1991. Projetado para medir as mudanças atmosféricas e os efeitos da poluição, ele funcionou durante 14 anos fazendo medições do ozônio e de outras substâncias químicas da atmosfera.
Desde que completou sua missão, em 2005, o Uars vem lentamente perdendo altitude, por causa da gravidade terrestre. Na sexta-feira, a peça de 10,6 metros de comprimento e 4,5 metros de diâmetro deve mergulhar na atmosfera, segundo o site da Nasa.
A maior parte do equipamento acabará sendo incinerada na queda, mas os cientistas preveem que até 26 peças, com um peso total de 500 quilos, poderão sobreviver ao atrito e cair em algum lugar do planeta. O maior pedaço esperado, parte da estrutura do satélite, deve pesar 150 kg.
Satélites e corpos rochosos caindo na Terra não são nenhuma novidade. No ano passado, cerca de 400 pequenos pedaços de detritos entraram em nossa atmosfera e puderam ser encontrados.
Partes velhas de foguetes e satélites entram na atmosfera terrestre uma vez por semana. Um grande satélite como o UARS (que tem 10 metros de comprimento e 4,5 metros de diâmetro) volta à Terra uma vez por ano.
É muito difícil calcular com precisão quando chegará à Terra um satélite fora de controle. Qualquer pequena mudança na hora de sua volta na atmosfera é traduzida em milhares de quilômetros de diferença sobre o lugar onde cairá.
A chegada do Uars estava prevista para final de setembro ou início de outubro, mas sua queda será antecipada devido ao forte aumento da atividade solar na semana passada.
Morreu hoje(sexta feira, 09/09/2011), aos 68 anos, o músico Antônio Rosas Seixas, o Manito, que foi saxofonista da banda "Os Incríveis" e que participou também da fundação do grupo de música instrumental "Saxomania" junto com o músico João Cuca. Manito sempre foi lembrado por solos inesquecíveis durante a Jovem Guarda, época em que "Os Incríveis" se firmaram como uma das mais importantes bandas do País. Inspiraram e ainda inspiram muitos jovens com a sua música. Manito tratava desde 2006 de um câncer na laringe, o que o afastou dos shows com o "Saxomania" devido ao duro tratamento de quimioterapia.
"O tumor voltou em 2010", explicou hoje Lucinha, companheira há 13 anos do músico, que morreu em casa nesta tarde. "Em maio, ele foi operado. Mas ele já tinha feito radioterapia e a pele estava afetada, com dificuldade para cicatrizar, e ele tinha problemas hepáticos. Vivemos com empenho para ele se recuperar, tivemos momentos animadores. No fundo, eu sei que foi uma grande libertação. Ele sempre foi um grande guerreiro. Isso foi uma libertação e está sendo recebido com muita alegria. Já está dando o tom. Com certeza, está em uma luz muito aconchegante e recebendo os últimos momentos das pessoas que o quiseram muito bem." Ele deixa cinco filhos. Três do primeiro casamento, dois do segundo.
Lívio Benvenuti Júnior, o Nenê, contrabaixista da banda "Os Incríveis", lamentou a morte do amigo. "Ele foi para o outro lado porque estava sofrendo muito. Eu acompanhei toda a trajetória, foi muito difícil para ele. Graças a Deus, ele se foi. É muito chato isso, um grande amigo, perdi um grande cara, é muito difícil. Mas venho chorando faz tempo de vê-lo definhando. Mas, graças a Deus, ele vai lá para cima", disse o músico. Os detalhes do velório e do enterro estão sendo organizados agora pela família.
"Ele se libertou da matéria, que já estava muito sofrida. E foi apresentar seu show em outras esferas. Deixou muitas coisas boas, engrandeceu a música e trouxe um modo novo de tocar sax, inspirou muita gente. É uma pessoa sempre grandiosa, de muita ética, honestidade. Passou muita alegria para as pessoas. Morreu aos 68 anos, 64 anos de música. Começou a tocar aos 4 anos e, aos 5, já ajudava com as despesas de casa", lembrou Lucinha, muito emocionada Diário do Grande ABC
A matéria do Diário esquece(?) de informar que o Manito, além de fundador de "Os Incríveis", um dos maiores grupos da Jovem Guarda (ou iê-iê-iê), com sucessos inesquecíveis como "Era um Garoto Que, Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones" e a ufanista "Eu Te Amo, Meu Brasil", também fez parte e foi um dos idealizadores da Banda Som Nosso de Cada Dia, que foi uma das melhores e mais importantes bandas do Rock nacional nos anos 70, chegando até a abrir 5 shows na turnê do Alice Cooper no Brasil.
Durante sua longa carreira, Manito ainda tocou com muitos nomes de peso, como Os Mutantes, Rita Lee, Camisa de Vênus, Roberto Carlos, Zé Ramalho...
A Expomusic – 28ª Feira Internacional da Música, Instrumentos Musicais, Áudio, Iluminação e Acessórios; acontecerá de 21 a 25 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo.
Com 200 expositores de instrumentos musicais, acessórios, som profissional e iluminação, reunidos em 15 mil metros quadrados, a feira exibirá todos os instrumentos musicais conhecidos, acessórios, som profissional, edições musicais e estruturas de palcos e iluminação, além de extensa agenda de shows, workshops e tarde de autógrafos com músicos renomados.
É o maior evento do gênero na América Latina, promovido em parceria pela Abemúsica – Associação Brasileira da Música, e Francal Feiras, uma das maiores promotoras de feiras de negócios do País.
Foto: Transformador que explodiu durante a tempestade solar ocorrida em 1989, em Québec, no Canadá.Crédito: Hydro Québec.
Apesar do recente apagão do Nordeste ter como provável causa o acionamento do sistema de proteção em uma subestação no município de Jatobá, em Pernambuco, as causas que levaram ao apagão podem ter sido provocadas por um repentino pulso eletromagnético ocorrido às 23h36 (Hora do Nordeste), provocado por uma tempestade solar.
Em boletim recebido do SWPC, Centro de Previsão de Tempo Espacial dos EUA, às 02h36 UTC (23h36 no Nordeste e 00h36 em Brasília), magnetômetros instalados em Boulder, no Colorado, registraram um repentino pulso eletromagnético de 8 nanoTeslas(Tesla é a unidade de medição de campos magnéticos).
Exatamente nesse mesmo instante, quase toda a região Nordeste ficou às escuras. Segundo relatos feitos no site Painel Global, diversos carros e luzes também apresentaram funcionamento errático e intermitente, além de muita interferência nas estações de rádio.
O pulso eletromagnético detectado nos EUA teve origem após uma explosão solar ocorrida no dia 31 de Janeiro, quando uma grande quantidade de massa coronal foi ejetada da estrela. A maior parte dessas partículas seguiu em direção ao espaço, enquanto uma pequena parcela atingiu o campo magnético terrestre e pode ter provocado auroras nas latitudes médias e altas.
Ainda é muito cedo para se afirmar com certeza se de fato o pulso eletromagnético foi o responsável por fazer "cair" o sistema elétrico em diversos Estados, mas os relatos de interferências em estações de rádio associados ao exato momento que o pulso foi detectado contribuem para essa possibilidade.
Atualização: 11h00 É importante destacar que o desvio apontado nos magnetômetros de Boulder às 23h36 não são capazes de avaliar a intensidade do campo eletromagnético induzido nas redes de energia elétrica. Eles apenas indicam um desvio anômalo no campo magnético da estação e que este foi provocado por um pulso eletromagnético repentino provocado por uma explosão solar.
Atualização: 12h51 Para fins de comparação, o pulso eletromagnético registrado teve intensidade de 8 nanoTeslas. A maior tempestade solar já registrada ocorreu em setembro de 1857 e teve a intensidade estimada em 110 nanoTeslas. Essa tempestade ficou conhecida como Evento Carrington.
No dia 18 de março de 1967, a cidade localizada no Litoral Norte foi arrasada por um deslizamento da Serra do Mar. Número de mortos pode ter passado de 500.
Caraguatatuba: após catástrofe, governo estadual criou a Defesa Civil.
" Onde está Caraguá? – perguntei a um grupo de bombeiros sobre um mar de lama.
- Aqui embaixo, sob seus pés – um deles respondeu.
Era sábado, tarde da noite, 18 de março de 1967. O repórter Hamilton de Almeida foi enviado a Caraguá pelo mar. E eu, por terra, as estradas da Serra do Mar sepultadas.
Manchete do Jornal da Tarde, talvez o primeiro a chegar à tragédia: AQUI JAZ UMA CIDADE."
O Diretor de Redação do Diário do Comércio, Moisés Rabinovici, que em 1967 trabalhava como repórter do JT, lembra as primeiras cenas daquela que era considerada, até anteontem, a maior tragédia da História do Brasil provocada por chuvas, em apenas um dia.
Após dois dias de chuvas constantes, a manhã daquele sábado ficaria marcada para sempre na história de Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, quando uma avalanche de pedras, árvores e lama desceu da Serra do Mar e destruiu a cidade.
O episódio, conhecido na época como hecatombe, provocou muitas mortes. Segundo as autoridades, teriam passado de 500, embora nunca tenha sido contabilizado um número oficial.
A cidade ficou isolada e 3 mil dos 15 mil moradores perderam suas casas. Um balanço feito em 21 de março apontava que 30 mil árvores haviam descido as encostas e se espalhado pela cidade. O rio Santo Antonio, que corta a cidade, passou de 40 para 200 metros de largura. Para qualquer lado que se olhasse, a Serra do Mar apresentava deslizamentos como os que afetaram Angra dos Reis e Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro, no ano passado.
Ofício – Mesmo que a enchente de 1967 tivesse levado as últimas construções históricas de Caraguatatuba, a documentação sobre chuvas na cidade é bastante farta. Um ofício do então presidente da província de São Paulo José Joaquim Fernandes Torres, datado de 21 de fevereiro de 1859, já alertava que "devido aos repetidos temporais de pesadas chuvas, que há mais de um mês desaba em todo o município, em especial um que houve no dia 20 de janeiro, por um pouco não arrasa Caraguatatuba."
O "por um pouco", citado no livro Santo Antonio de Caraguatatuba - Memória e Tradições de Um Povo, do historiador Jurandyr Ferraz de Campos, acabou acontecendo 108 anos depois e apenas 20 anos após a elevação da cidade a estância balneária, em 30 de novembro de 1947.
A tragédia foi tão impactante que o governo decidiu criar a Defesa Civil Estadual, uma resposta à falta de coordenação dos órgãos públicos para tratar de catástrofes como aquela, que também é lembrada como o dia em que a serra caiu. Diário do Comércio
Os deslizamentos em Caraguatatuba 1967
Enviado por: Aldo C. Santos em 19:22 às 07/01/2010
O verão 1966/67 foi bastante chuvoso em várias áreas do Sudeste. Caraguatatuba teve chuvas acima da média em todos os meses da estação (Dados do posto pluviométrico do Bairro Rio do Ouro, médias entre parênteses). Dezembro/1966: 440,7 mm (265), 29 dias de chuva - Janeiro/1967: 541,2 mm (280), 31 dias de chuva - Fevereiro: 268,6 mm (260) 28 dias de chuva - Março (Até dia 18. Sem dados o resto do mês): 415,7 mm (230), 18 dias de chuva. Como se pode ver, contando as precipitações fracas, choveu praticamente todos os dias. No dia 17/03 o posto em questão registrou 50,4 mm, sobre um solo já totalmente encharcado. Do dia 17 para o dia 18, mais 195,5 mm. No dia 18, um sábado, no início da tarde, segundo relatos da época, uma avalanche de lama, pedras, milhares de árvores inteiras e troncos desceu das encostas da Serra do Mar, pelo vale do Rio Santo Antônio (Que nasce na serra e deságua no mar, atravessando a cidade), arrastando tudo que havia pela frente, inclusive a ponte. A maior parte do trecho de serra da SP-99 (Rodovia dos Tamoios, que liga São José dos Campos a Caraguatatuba) desapareceu serra baixo, junto com as encostas. Cerca de 400 casas sumiram debaixo da lama e a cidade ficou com mais de 3.000 desabrigados (20% da população na época), pelo menos um ônibus lotado e alguns veículos, que trafegavam na estrada, desapareceram. Fala-se em 200 mortos mas nunca se soube o total exato; dezenas de desaparecidos jamais foram encontrados, possivelmente arrastados para o mar. A cidade ficou dias sem telefone e energia elétrica e meses sem acesso a São José dos Campos. O trecho de serra da rodovia SP-99 teve de ser totalmente reconstruído e hoje quase não há vestígios da estrada antiga. É o maior deslizamento de encostas que se tem notícia no Brasil. - Banco de Dados Pluviométricos do Estado de S. Paulo Climatempo
AGORA, MORTOS E LAMA Publicado na Folha de S.Paulo, terça-feira, 21 de março de 1967
(Neste texto foi mantida a grafia original )
Caraguatatuba está sob a lama, Sabado à tarde, depois de três dias de chuva, começou o deslizamento dos morros. Arvores foram arrancadas e arrastadas pela enxurrada, levando pessoas, animais e casas. Toda Caraguatatuba, desde a praia Martim de Sá - onde se sai para Ubatuba - até a Santa Casa, do outro lado da cidade, foi varrida. Oitenta corpos já foram recolhidos muitos deles ainda não identificados e por ora não se pode prever o numero de mortos: muitos lugares populosos não podem ser atingidos.
Por terra não se chega ao litoral Norte. Na estrada Paraibuna-Caraguatatuba a partir do Mirante, no quilometro 194, até o quilometro 199, trinta barreiras cairam, obstruindo a estrada. E no quilometro 202 a estrada desapareceu, levada pelas aguas, em quase dois mil metros. Aí, no sapé de um morro, isoladas de tudo e de todos, pessoas acenam desesperadamente para os helicopteros que passam ao longe.
Outra familia está ilhada num precipicio, na estrada. Caiu tudo ao redor e eles ficaram presos numa Kombi. Estão lá desde sabado, homens, mulheres e crianças. Hoje de manhã um helicoptero do Centro Tecnico de Aeronautica, de São José dos Campos, tentará a salvamento.
A primeira turma de salvamento chegou a Caraguatatuba no domingo de manhã. O transporte foi feito em rebocador, de Santos a São Sebastião, de lá em barco de pesca até Caraguatatuba. Eram soldados, enfermeiros e medicos. Outra turma, formada pelo delegado de Ubatuba, saiu de madrugada, por rodovia, e só chegou às quatro da tarde.
Logo depois do rebocador "Sabre", seguiu o navio oceanografico "Almirante Saldanha", levando esquipamento de socorro de emergencia e generos alimenticios. Era esperado de volta pela madrugada, trazendo para Santos 500 desabrigados e feridos. Tambem foi mobilizado o petroleiro "Mato Grosso", da Fronape.
Ontem o navio "Rio das Contas" deixou o Colegio Naval, em Angra dos Reis, e foi para Caraguatatuba para retirar feridos e desabrigados. Tambem o rebocador "Tritão" partiu da Guanabara levando mil litros de gasolina para o reabastecimento dos helicopteros da Marinha.
Às 21 horas o QG da Força Publica recebeu pelo radio aviso do comando do 5º Batalhão Policial de Taubaté, informando que a tropa que seguiu por terra já alcançou Caraguatatuba. O sistema de energia eletrica foi restabelecido parcialmente.
Para os primeiros socorros, a Força Publica mobilizou 350 homens, entre oficiais e praças, pertencentes a oito unidades, de São Paulo, Taubaté e Santos.
A equipe que chegou ontem a Caraguatatuba levou emissora de radio portatil, que transmitirá para o QG os dados que forem sendo colhidos.
A informação da Policia Rodoviaria é de que a estrada de Paraibuna a Caraguatatuba poderá ficar interrompida por três meses. Uma variante deverá ser aberta, mas todos os homens e maquinas disponiveis foram deslocados para trabalhar na estrada entre Ubatuba e São Luís do Paraitinga, tambem interrompida, mas que está em condições de ser recuperada nos proximos dias. Acervo da Folha de São Paulo
Fotos da época
Atualização 31/01/16 Dica recebida de documentário no youtube com testemunhas.
================
Atualização 21/03/18
================
Texto da minha prima Rosana de Castro, moradora de Caraguatatuba
Catástrofe de 1967: O dia que a Serra caiu
CASTRO, Rosana de. Caraguatatuba: Por trás da modernidade, o passado esquecido – trabalho de conclusão de curso de Jornalismo, da Universidade de Taubaté, 1999. (Orientação do professor Lourival da Cruz Galvão Júnior) ---- ** Republicado na edição de 150 anos da Prefeitura Municipal de Caraguatatuba. ----
“Eu tinha quatro anos e estava debruçado na janela quando vi o Morro do Cruzeiro deslizar feito uma gelatina, inundando todo nosso bairro de lama, deixando as casas com cerca de um metro e meio de altura de terra”, recordou o autônomo Alfredo Constantino Filho, hoje com 36 anos. Esse foi apenas um dos deslizamentos ocasionados pela tromba d’água, que se abateu pelo município em 18 de março de 1967. Além de muitas casas, o fenômeno climático também soterrou um pouco da história de Caraguá, levando casas, pontes, documentos, entre outros. Segundo o jornal “A Gazeta”, de São Paulo, de 13 de abril de 1967, até então tinham sido encontrados 82 corpos. Sabe-se que ao final do período trágico, o número de mortos chegou a 214, e 90 pessoas ficaram desaparecidas. As cidades vizinhas não souberam do acontecimento e nem sofreram desmoronamentos, mas muitos moradores de Caraguá ficaram isolados, sem energia e sem comunicação, durante três dias. No começo do ano de 1967, segundo os dados do pesquisador Arino Sant’ana, ocorreram constantes chuvas, que se prolongaram nos meses de fevereiro e março. Isso encharcou o solo das ruas do município e também a Serra do Mar, que era composta por uma vegetação sem raízes profundas, chamadas por especialistas de graméticas por não se prenderem às rochas. Devido às abundantes chuvas, tais raízes foram se enfraquecendo, e o mesmo aconteceu com as terras que sustentavam as vegetações, conforme os documentos da época. Muitas pessoas tiveram suas residências destruídas, entre elas a Dona Rosária Carlota, uma das primeiras moradoras do bairro Massaguaçu. Rosária conta que foi a única a ter sido lesada, em seu bairro, pelo fenômeno climático. “Isso aconteceu porque atrás de minha casa encontravam-se as águas de uma cachoeira e de um lago. Com a grande quantidade de chuva, o nível das águas aumentou, levando metade de minha casa. Por esse motivo, o rio veio parar na porta de minha cozinha”, recorda. Outra família que sofreu com a tragédia foi a do já falecido Sebastião Moreira César. Ele era dono de grande parte do bairro hoje conhecido como Jaraguazinho, que fica localizado no “pé da serra do mar”, sendo o último bairro de Caraguatatuba, na beira da Rodovia dos Tamoios. Segundo relatam suas filhas Nair Moreira César e Maria Ângela Moreira César, esse foi um dos locais mais atingidos. Nair relembra que algumas casas rodaram barranco abaixo. “Outras foram soterradas – inclusive a minha – que tinha acabado de ser construída. Nada restou na várzea, obrigando todas as famílias a se abrigarem na única casa que restou – a de meu pai – localizada no alto de um morro existente no local”, explicou. Maria Ângela relatou que “a tragédia obrigou a população ali existente a se reestruturar aos poucos. A água do rio que alimentava todas as famílias ficou suja e não havia maneira de utilizá-la. A única água que podia ser usada era a que começou a minar embaixo dos morros. As nossas plantações e a lavoura de subsistência foram destruídas”, recordou. As águas do Rio Santo Antônio, que atravessa a cidade, também estavam com um nível muito superior e isso também aconteceu igualmente no mar. Várias casas caíram, deixando grande parte da população desabrigada. Nuvens escuras cobriam o céu e, em determinado momento, de acordo com os relatos contidos nos documentos do autodidata Sant’Ana, e no arquivo histórico da cidade, um forte barulho foi ouvido pelos moradores, e em seguida, a Serra do Mar teve sua encosta completamente destruída. A tromba d’água ia descendo os morros e destruindo tudo por onde passava, arrastando inclusive as grandes árvores existentes na região. Até a ponte de concreto próximo à Santa Casa foi “destroçada”, isolando grande parte da população, que ficou impossibilitada de atravessar o rio Santo Antônio. O morador mais antigo do bairro Rio do Ouro, Leopoldo Ferreira Louzada, 93 anos, conta que no dia da Catástrofe teve um sonho, que o alertava a não sair de casa, “mas eu saí, e acabei sendo surpreendido pela forte correnteza, que tornou indomável o leito do rio. Eu acabei rodando com as águas, mas graças a Deus consegui sobreviver”. A força da catástrofe, de fato desbarrancou os leitos dos rios, deixando-os com muita força, e nas águas incontroláveis corriam pedaços de troncos, além de casas, raízes de árvores e até corpos humanos, de acordo com os documentos da época, guardados pelo pesquisador Sant’Ana. As primeiras providências tomadas pelos próprios moradores e funcionários da Prefeitura, foram no sentido de levar parte dos desabrigados para a escola Adaly Coelho Passos, localizada na região central da cidade, já que muitos resolveram ficar em suas propriedades, objetivando salvar seus lares do episódio fatídico. Na Casa de Saúde Stella Máris, também na região do centro, que na época já era dirigida pelas freiras do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, todos os funcionários, incluindo os médicos, enfermeiros, e as próprias irmãs, transferiram todos os doentes para o andar de cima, onde funcionava a “clausura”, aposento das irmãs, considerado inviolável. Isso porque na parte de baixo do prédio a água invadiu os corredores, por onde passavam pedaços de madeira e destroços. Outro local bastante atingido pela tragédia foi a Fazenda dos Ingleses, que teve toda sua plantação destruída. As frutas que eram exportadas pelos ingleses foram todas destruídas, pondo fim ao sustento de mais de cem famílias. Instaurou-se o caos. Ilhados por todos os lados, os moradores não tinham a quem pedir auxílio, até que o radioamador Tomaz Camanis Filho conseguiu realizar um contato. As primeiras tentativas de fazer o rádio funcionar foram bastante difíceis por não haver energia elétrica. Mais tarde, voluntários conseguiram fazer um gerador de energia funcionar na Delegacia de Polícia local. O primeiro apelo foi feito ao engenheiro Eni Dias Vianna, que na ocasião estava à frente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), em Taubaté, que em seguida pôs a par da situação as autoridades estaduais. Dois dias depois, em 20 de março, o governador do estado de São Paulo na época, Abreu Sodré, chegou à cidade de helicóptero e sobrevoou toda a região, ficando impressionado com tudo o que viu. Novas providências foram tomadas. No dia 27, foi a vez de vir a Caraguá o secretário de Saúde Valter Leze, trazendo também de helicóptero, medicamentos e vacinas para a população. Vieram também alguns médicos São José dos Campos, helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira), que transportaram os doentes para cidades vizinhas, além do pessoal do Exército, Marinha e Aeronáutica, na tentativa de prestar socorro. Segundo relatos dos jornais da época, uma das situações mais dramáticas esteve relacionada aos 41 cadáveres colocados no pátio da Prefeitura. O sol forte fez com que os corpos entrassem em estado de decomposição. Somente depois da autorização dos médicos, os cadáveres foram colocados em sacos plásticos, lado a lado, na margem do rio Santo Antônio. Voluntários transportaram nas costas as vítimas da tragédia para o outro lado do rio, através de uma corda, para serem enterrados no cemitério municipal. Depois de uma catástrofe como essa, somente uma parte da população ainda resolveu apostar na reconstrução da cidade. Muitos se mudaram para a Capital e cidades do Vale do Paraíba, tendo apenas a lembrança do dilúvio, que destruiu muitos dos sonhos das famílias. Os que ficaram em Caraguá viram a possibilidade de fazer deste, o marco zero para a construção de uma nova cidade, com poucas marcas do passado. Hoje vê-se que isso foi possível. Contudo, o que as pessoas não perceberam então, aconteceu: o passado, ou grande parte daquilo que foi vivido pela população antes de 1967 foi destruído, e o pouco que restou foi deixado à margem, caracterizando o município como moderno, aconchegante, e com traços futuristas, mas sem resquícios de seu passado remoto.